dolescentes, Quem Ama Educa
Tiba dá continuidade ao seu célebre livro Quem Ama Educa , dedicando-se agora especificamente ao adolescente. Começa separando dois tipos deles: geração Tween e geração Carona, sendo o primeiro muito chegado ao consumismo (que deve ser limitado) e o segundo que continua dependendo dos pais, mesmo depois de adultos.
Uma das características dos adolescentes de hoje é que adoram a escola "mas as aulas atrapalham".
Tiba comenta as fases confusas destes jovens, como na puberdade (cerca dos 9 anos para elas e os 11 para eles, em média). Os meninos se perdem mais, gerando a síndrome da 5ª e/ou 7ª série. Os jovens na puberdade (elas a menarca, eles a semenarca) tendem a ser onipotentes: podem tudo e sabem tudo. O jovem adolescente masculino tem atração pela pornografia e se preocupam com o próprio sexo, enquanto que as meninas são mais tranqüilas. Mas ambos geralmente não aceitam ajuda. A confusão é maior na fase do "estirão", quando o corpo se desenvolve rapidamente, gerando angústia e timidez. Tiba compara as mulheres como polvo (conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo)e os homens cobra (concentram-se mais numa coisa), mas considera a idade do estirão como idade do sapo, quando se sentem feios e sabichões (mas imaturos).
É um período de organização do cérebro, ideal para a aprendizagem, principalmente das línguas. O conflito é presente, entre o mundo interno e o externo: Penso (sinto e ajo), logo existo.
Lembrar que a agressividade engolida pode ser transformada em depressão, como ocorre com as mães. E não devemos engolir sapos!
Os filhos costumam ser Euista (não apenas egoísta) que vêem apenas o próprio Eu, e as mães Outroista (mais que altruísta) onde vêem apenas eles.
O aqui e agora dos jovens são expandidos, condicionando o agora ao passado e ao futuro, às vezes chantageando os pais.
Para conseguir o equilíbrio necessário, devemos ser preocupados com os principais valores (superiores) da vida:
1. Amor, sob todas as formas;
2. Gratidão, reconhecendo os benefícios recebidos;
3. Cidadania, sendo responsável;
4. Religiosidade, procurando uns aos outros;
5. Disciplina, como qualidade de vida e convivência;
6. Solidariedade, para poder compartilhar;
7. Ética, o que é bom pra você, é bom para o outro.
Quase todos os jovens pensam em Poder, Dinheiro e Fama, produtos de ações progressivas: o primeiro acaba com a idade, o segundo passa sempre de mão em mão, e a fama é efêmera. Por isso eles devem ser educados a pensar nos 7 valores superiores.
Nas famílias costumam conviver os Folgados e os Sufocados, onde os jovens não querem fazer nada e obter tudo, e os pais sentem-se sufocados para atende-los... Algumas fases, como passar no vestibular ou possuir o primeiro carro, tornam-no ainda mais folgados, aumentando sua onipotência. A bebida, a droga e a paixão também contribuem para isso.
Sobre o problema das drogas, Tiba lembra os tipos de pais diante disto: Os crédulos, os desafiados, os autoritários, os sempre certos, os perdidos, os ocupados e os descontrolados. Todos "pais problemas" diante de "filhos problemas".
A onipotência dos filhos é alimentada pela apologia do prazer gerada pelos pais: sacrificam-se para contentá-los. Não! Os sacrifícios devem ser de ambos.
A pedra filosofal do relacionamento humano: Ser progressivo.
Progressivo: Ajudar quem está abaixo, Associar-se com quem está ao lado, Admirar quem está acima. Ou acaba sendo retrógrado.
O relacionamento passa por um filtro: separa semelhantes dos diferentes e conhecidos dos desconhecidos.
A pessoa progressiva está sempre pronta para aprender, dando importância aos outros, com desejo de igualdade, consciência da relatividade de tudo e o sentimento de pertencer a este universo.
O preconceito é o veneno mortal dos relacionamentos.
Os jovens muitas vezes se perdem nos devaneios em vez de sonhos, quando não existe projeto. Seus sonhos são projetos de empreendedor e não de esperador, e a família deve funcionar como uma grande equipe.
Os pais devem saber separar o amor dadivoso (como quando se dedicam ao bebê) do amor construtivo, amor que ensina e que exige. Devem saber separar o essencial do supérfluo, procurando negociar e regulamentar as ações com os filhos. Não aceitar a tirania destes. Evitar o assédio moral deles, que as vezes chantageiam para conseguir as coisas. O amor deve ser de retribuição, onde um ajuda o outro, principalmente os filhos adultos ajudando os pais idosos.
Os pais muito ocupados devem aprender a fazer sempre uns "pit-stops" para atender os filhos com certa freqüência. Lembrar que certas coisas não se negociam como o estudo, a higiene, a honestidade,...
Quanto ao estudo, Tiba enfatiza que não se aprende com quem não se respeita. Pais e professores devem conseguir ser respeitados. Estudos maçantes e professores chatos não se comparam com chefes exigentes. É preciso delegar tarefas e cobrá-los para discipliná-los.
Importante nos dias de hoje a educação financeira: saber poupar para investir, e não só gastar. Dez regras básicas:
1. Mais fácil gastar que receber;
2. Impor-se limites às vontades;
3. Na vida mais frustração que felicidade;
4. Determinar as prioridades;
5. Procurar o essencial, não o caro;
6. Não gastar o que não ganhou;
7. Frustração e sofrimento impõem limites;
8. Procurar aumentar a renda;
9. Tudo se transforma: dinheiro x coisa;
10. Planejamento é essencial.
Para desenvolver a performance profissional: procurar a relação custo-benefício, valorizar o estágio antes do emprego, ser progressivo e evitar os retrógrados, buscar a competência e o comprometimento, a informação, o conhecimento e o empreendedorismo.
Sobre o primeiro emprego o jovem deve lembrar da fábula da formiga e da cigarra e também de sua versão pós-moderna, onde a cigarra tem também seus méritos. Porém ambos devem ser preparados para o trabalho. As falhas na escola e na família atingem a auto-estima.
Na relação dos pais empresários com os filhos, existem os extremos: os pais que querem os filhos com a vassoura e os que querem que cheguem mandando. Buscar o equilíbrio. Cuidado com os filhos que largam os estudos quando os pais garantem o emprego:
Mente vazia é oficina do diabo e corpo parado é brejo mofado.
O pai deve procurar ser um "Paitrocinio": ajudar o filho na busca pelo primeiro emprego, mostrar a importância nesta hora de ser responsável e consciente, entrar e sair pela porta da frente. E na sucessão familiar resolver primeiro os problemas pessoais.
No quesito do dinheiro, lembrar que os desvios em casa podem acarretar problemas de ética no futuro social. O dinheiro sem controle pode dar chances para droga, furtos, pirataria, bullyng.
Resumindo: os pais devem estar presentes com os filhos, dialogar, buscar o equilíbrio, evitando que estes sejam folgados e que o tornem sufocados, dando exemplo de cidadania e ética. Não engolir sapos, mas não impedir que sonhem. Pais respeitados porque tem autoridade e não são autoritários. Os omissos serão desprezados.
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