Momento com Deus

Oração para antes e depois do trabalho

Inspira nossas ações, Senhor e acompanha-as com teu auxilio, para que qualquer das nossas atividades tenha sempre em ti o seu inicio e o seu cumprimento.

Senhor quero que o meu trabalho de hoje seja um ato de amor a ti, a minha família e ao mundo. ajuda-me a vive-lo com alegria, como uma colaboração a tua obra de criadora, a minha própria realização e ao caminho de libertação da humanidade. Aceito o sofrimento que isso comporta, como participação na cruz de Jesus. E recomendo aos teus olhos de Pai os desempregados, os pobres e os desafortunados. Amem

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domingo, 30 de maio de 2010

MEMORIAL EDUCACIONAL: EDUCAR, DESAFIO DA VIDA.

MEMORIAL EDUCACIONAL
1.1 Dedicatória



Dedico este memorial á todos os educadores, os quais vivem a intensa realidade do Educar. E assim como a saudosa Clarice Lispecto deixo para todos nós Mestres Educadores a seguinte certeza: “As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.”

1.2 Agradecimentos

É preciso agradecer. Àquele que nos predestinou o ofício de ensinar. Àquele que nos confiou vida com o intuito de orientar vidas. Agradecer àqueles que estiveram comigo durante a longa jornada de graduação: Aos familiares, amigos e colegas que trilharam essa jornada, que eternamente fará parte de nossas vidas. Aos educadores que passaram por minha trajetória educacional, que sempre com muita dedicação impulsionou-me a perseverar e que mostro-me a responsabilidade de cuidar da formação do saber.
1.3 Epígrafe

“A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.
Séneca

MEMORIAL EDUCACIONAL

EDUCAR, DESAFIO DA VIDA
"A memória tem como um dos atributos permitir que o processo de identidade seja realizado entre iguais. A memória, portanto, não pode ser entendida como um relicário, mas sim, como lugar do imaginário e de reconstrução da nossa condição de seres históricos.Aguçando o interesse pelo que foi, podemos construir a memória daquilo que será" (Donatelli, 1996).
Desde criança sonhava em partilhar o que conseguia aprender. Brincava de escolinha, tentando imitar a minha primeira professora a “tia Zilma” ( in memória). E acredito que por ser presenteada com educadores tão maravilhosos é que aprendi a amar o ofício de educar.
A minha trajetória no campo do Magistério iniciou-se logo cedo aos 16 anos. Ainda no Curso Normal ( Magistério- Ensino Médio) já atuava em meu domicílio com aulas particulares. Após a conclusão do Curso em 1998 , fiquei oito anos afastada do meio educacional. Busquei profissionalizar-me em outras áreas, mas logo percebi que o meu dom é o ofício do magistério.
Em 2000 por motivos de força maior e como filha única precisei retornar á Canavieira para a casa dos meus pais, foi nesse período que retomei o contato com a área educacional. Esse sentimento se tornou mais decisivo em minha vida quando percebi que não bastava zelar apenas pela minha família, mas por todos aqueles que me cercavam. Para viver é preciso responsabilizar-se, comprometer-se com a vida... Nesta perspectiva, acreditava (acredito) que se cuidasse dos meus próximos, cada próximo cuidaria dos seus próximos até formar uma grande teia planetária de cuidado com a Vida.

As experiências, diretamente, relacionadas à escola, foram marcantes e decisivas para minha trajetória existencial como filha, mulher e professora-educadora-pesquisadora. Penso que tenha sido decisiva para que eu pudesse enveredar por esse desconhecido, ao mesmo tempo fascinante e assustador, fenômeno humano, suas relações e processos de formação. Com tais experimentos compreendi a responsabilidade dos educadores diante da vida dos seres humanos. E considero o acolhimento recebido por meus educadores, os quais tiveram a sensibilidade de possibilitar-me o desenvolvimento de minha capacidade criadora, e anunciar a possibilidade de que podemos quando queremos.

Nesse momento, agora, o mais significativo é compreender o quanto podemos quando acolhemos um ser humano.

Em 2004 lecionei no programa Brasil Alfabetizado. Depois desse período já em 2006 recebi um panfleto sobre a Educação a Distância, como eu trabalhava o dia todo percebi que esse seria o método que eu precisava para dar continuidade a minha formação profissional. Neste período de alguma forma, compreendo o meu processo e minha verdadeira vocação, pelo que a agradeço imensamente. Por isso celebro a vida. Celebro também os acasos, pelos quais as coisas vão acontecendo e a gente acontecendo nas coisas. Só agora me dou conta de toda essa rede de relações, entre a minha vida; ser professora-educadora, da rede municipal e estadual de ensino, de crianças, jovens e adultos desprivilegiados socialmente; influenciou a minha formação como educadora/serhumano-humanidade. Muitas vezes, quando preciso, refletir sobre a minha prática educacional, sinto-me inspirada por algumas palavras e fortalecida por algumas sínteses compreensivas:

A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa. [...] Paulo Freire (p. 104).

Como aprender a discutir e a debater com uma educação que impõe? Ditamos idéias. Não trocamos idéias. Discursamos aulas. Não debatemos ou discutimos temas. Trabalhamos sobre o educando. Não trabalhamos com ele. Impomos-lhe uma ordem a que ele não adere, mas se acomoda. Não lhe propiciamos meios para o pensar autêntico, porque recebemos as fórmulas que lhe damos, simplesmente as guarda. Não as incorpora porque a incorporação é o resultado de busca de algo que exige, de quem o tenta, esforço de recriação e de procura. Exige reinvenção. (Paulo Freire -1980, p. 96). Com a Educação como prática da liberdade. Aprendi com ele que as relações humanas guardam em si conotações de pluralidade, de transcendência, de criticidade, de conseqüência e de temporalidade. E estar-no-mundo-com resulta da nossa abertura à realidade, que nos faz ser o ente de relações que somos. Esta concepção me impulsionou a ler outros livros e outros autores.

Ora, é importante esclarecer que, também, sei que a escola não é o aspecto determinante para a felicidade, a realização do indivíduo e do seu grupo social. Porém, ela pode, porque é gente. O termo ESCOLA, utilizado em todo este texto, é compreendido como um organismo vivo, complexo: síntese da existência dos envolvidos e responsáveis pela educação formal (professores, alunos e funcionários)., mudar o rumo da trajetória existencial de um ser humano, e isso tanto do ponto de vista da preservação quanto da destruição da vida. Nesse sentido, considero que um dos seus papéis fundamentais é ampliar o campo de possibilidades dos estudantes. Se desejam/planejam ! Que sejam! Ou caso decidam não ser, que não-sejam. Mas, por outras circunstâncias e outros fatores, não pela escola. Então em 2006 fiz o vestibular para o curso de Letras-Português-Inglês pela FTC-EAD.
Ao optar em fazer Licenciatura em Letras, tive a oportunidade de dialogar com vários autores preocupados com a questão da diversidade lingüística, da gramática normativa e da gramática do uso, da função da linguagem, dos aspectos lingüísticos, da tipologia textual; entre esses autores, destaco: João Wanderley Geraldi, José Luiz Fiorin, Ataliba de Castilho, Mário Perini, Sírio Possenti, John Fischer, Edith Pimentel, Fernando Tarallo, Bakhtin, Maria Cecília Perroni, Maria Helena de Moura Neves, Rosa Helena Blanco Martinez, Rodolfo Ilari, Ingedore Kock, Luiz Travaglia entre outros, que me possibilitaram e me enriqueceram no sentido de compreender a pluralidade de idéias, de conceitos, de tipos, de funções, de variantes lingüísticas e de culturas.

Em 2006 com a função de professora de LPLB, fui convocada para trabalhar no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães (Canavieiras). A partir desse momento eu pude vivenciar a prática e no terceiro período os conceitos em um só contexto que é a sala de aula. Ao chegar no terceiro período Compreendi, nesse período de estudo, mais enfaticamente, que uma das variantes da língua não poderia ser concebida como a certa e a melhor, tampouco ela está de antemão pronta, dada como um sistema de que o sujeito se apropria para usá-la, mas que o próprio processo interlocutivo, na atividade de linguagem, está sempre e cada vez a reconstruindo (GERALDI, 2002). Ademais, observei que para aprender as formas mais padronizadas e prestigiosas da língua, não é necessário conhecer a nomenclatura gramatical tradicional, as definições tradicionais, nem praticar a velha e mecânica análise lexical e muito menos a torturante análise sintática. No entanto, era necessário o aprendizado da dinâmica da língua tecida pelos seus falantes e usuários, bem como acompanhar o movimento de seu realinhamento interno, provocado pela dança dos sujeitos nos seus contextos sociais historicamente delineados. Na vivência intensa dessas releituras, percebi que, assim como as línguas, os seres humanos são textos (e con-textos), constantemente, em formação.

Desse modo, esses estudos me levaram a ver-e-fazer uma releitura dos textos de cada ser humano. Em cada ser humano a possibilidade de releitura do texto da humanidade, como um processo de construção permanentemente aberto aos fluxos e aos contextos da vida-vivente. Essa perspectiva me favoreceu, também, compreender o indivíduo como uma unidade plural e em potência, pertencente a uma mesma constelação humana planetária. Sentia que, com tudo isso, minha prática pedagógica se renovava e se revigorava conjuntamente.

No período seguinte Foram trabalhados, criticamente, os conceitos: Língua Materna e Linguística, assim como dialogamos sobre as diferenças e semelhanças destas, a identidade como campo de relação do ser-no-mundo-com, a diferença como um traço do ser, as implicações linguísticas-pedagógicas de uma práxis pautada na diferença como diferença e no diferente da diferença, a questão da natureza dos conteúdos, do planejamento e dos currículos. As aulas aconteceram com intensos diálogos e produções textuais. A partir de um conjunto de obras, sugeridas pelo professor, cada integrante do grupo se responsabilizou pela construção do seu próprio caminhar finalizando os estudos com a confecção de um portfólio e apresentando este para os demais participantes da turma. O período foi útil no sentido de dar um panorama das diferentes correntes teóricas sobre análise do discurso. Buscou definir discurso e dar uma perspectiva histórica, bem como estabelecer os fundamentos teóricos e filosóficos da Análise do Discurso.

Já no quarto período vivenciei três experiências distintas, uma de observador das apresentações dos projetos de estágio e das contribuições dos chamados “parceristas” dos projetos socializados, anotando, quando necessário, aquilo que se mostrava como importante para o desenvolvimento da minha pesquisa; outro, de apresentador efetivo de meu projeto e, finalmente, o de “parcerista”, que eu preferi chamar leitor-colaborador. Essa experiência foi muito significativa, além de possibilitar a preparação para a maturação dos projetos de um modo geral, também, aproximou pessoas e proporcionou um fortalecimento dos vínculos afetivos entre os participantes, favorecendo o cuidado ético e solidário com o dizer-fazer de cada um; sobre tudo no que diz respeito a história da Literatura Anglófona, A diversidade polifônica e polissêmica dos autores estudados, constituiu a unidade da turma. Dentre os textos os de Mia Couto foram também utilizados na produção de resenhas e textos que refletiam as questões estudadas na sala de aula. A disciplina foi útil no sentido de dar um panorama de autores como Sheakspeare e suas obras na literatura de língua inglesa.

O penúltimo período da minha graduação após o estágio do Ensino Fundamental ( 6º ao 9º ano) encerará com o estudo da disciplina de Pesquisa e Prática Pedagógica onde será enfatizado como determinante “ O Livro Didático e sua Importância no contexto educacional” . Tal tema será de extrema importância o mesmo fornecerá os subsídios iniciais necessários para o direcionamento teórico-crítico do estágio no Ensino Médio; trazendo a reflexão sobre os efeitos de um texto e os critérios que devem ser estabelecidos sempre em termos de seus contextos, e que as noções de contexto devem ser elas mesmas pensadas contextualmente; constantemente, interrogando-se sobre a conexão com as relações contemporâneas educacionais.

No ano de 2009 iniciei uma pós-graduação em Psicopedagogia Institucional, a qual concluirei em outubro de 2010; Em março de 2010 iniciei outra pós-graduação em Língua Portuguesa e concluirei a mesma em março do ano posterior.

Acredito que a formação do educador se torna imperiosa quando a aquisição de conhecimentos é colocada à serviço do embasamento teórico-conceitual para atuação na educação e, em especial nas instituições de ensino e não somente a serviço das metas de realização profissional. Para que essas mudanças tão almejadas aconteçam necessita-se de ambientes educativos que sejam capazes de impactar os conhecimentos apreendidos, bem como desenvolver a autonomia e pensamento crítico dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.

O tempo que me levou a escrever este, parecia estimular esperanças excessivas. Mas, prefiro acreditar que esta nova busca faça parte da vida do homem, acreditando também que esta mesma vida mereça constante reavaliação e que geralmente, os maiores progressos são conseguidos nos momentos de necessidade ou de grande crise.

Atualmente sou professora da rede municipal, trabalho com crianças e pré- adolescentes do 5º ano do fundamental. Já no último semestre vejo que tudo valeu apena, e com plena certeza da minha escolha profissional em 2010 concluirei esta etapa da minha vida .

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